Adotar uma criança sempre aqueceu o meu coração e o da Luciane. Começamos como uma brincadeira, que foi tomando forma com vários acontecimentos e descobertas. Deus preparou todo o caminho e nos fez gerar no coração uma nova filha. Isso mesmo, seria uma menina para não perder minha fama e minha paixão por meninas. Nesta caminhada, descobri que somos a geração dos asteriscos. Milhares de crianças no país não têm sequer o nome do pai em suas Certidões de Nascimento. No lugar, apenas asteriscos (*****).

Muitos nos lembraram que teríamos que começar tudo de novo, que existem custos altos para se criar um filho. É verdade, mas como diz a Luciane em sua incrível fé prática: Só estamos sendo obedientes! E o medo? Claro que tivemos, mas escolhemos nos agarrar ao princípio que ensina: o amor lança fora todo o medo.

O tempo está passando e essas crianças merecem ter mais do que o nome do pai em suas Certidões, merecem ter alguém para chamar de papai e de mamãe, merecem ter uma identidade e a segurança de pertencerem à uma família para chamar de sua. Não somos os pais perfeitos, nem pretendemos nos estressar nesse objetivo. Queremos apenas nos esforçar e fazer diferença nas vidas da Isabella, da Monique, da Ana, e agora da Alícia. Queremos dar nossa Bênção para elas. Onde formos elas irão. Onde pousarmos, elas pousarão. O nosso povo será o povo delas, e o nosso Deus, será o Deus das quatro também. E no lugar dos asteriscos na Certidão da Alícia estará escrito: Fabio Antônio Hertel. Que o nosso Pai nos ajude nesta missão.